Malala Yousafzai, a menina paquistanesa que ganhou o prêmio Nobel após ser alvejada pelo Talibã -- por insistir em frequentar a escola --, prometeu doar para Gaza uma parte do dinheiro recebido junto com o Nobel.
Ao saber disso, o ativista de direitos humanos palestino Bassam Eid escreveu uma carta aberta para a menina:
Prezada Malala,
Vemos que você recebeu o Prêmio Nobel da Paz esta semana em honra de sua atividade pela paz no Paquistão.
Parabéns pela sua coragem e por não ter medo de lutar contra o Islã radical em sua nação.
Escrevo estas palavras como um orgulhoso companheiro muçulmano. Eu sei como é difícil com tantos obstáculos no seu caminho e, por essa razão, precisamos apoiá-la. Estamos muito orgulhosos de você.
Eu aprecio a sua decisão de contribuir com o seu prêmio em dinheiro para os filhos de refugiados palestinos em Gaza, porque eles realmente precisam de sua ajuda. No entanto, devo informá-la que se você quiser fazer essa doação, por favor, venha aqui para fazê-la em pessoa, e não através da UNRWA - Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina.
Se você enviar fundos através da UNRWA, as crianças refugiadas palestinas nunca se beneficiarão, porque os fundos da UNRWA em Gaza acabam nas mãos do Islã radical.
Você está convidada para a minha casa e minha comunidade em Jerusalém. Vamos organizar uma viagem para que você vá para Gaza para conhecer crianças de escolas e para ajudá-la a contribuir com seu presente diretamente para as crianças que precisam de sua ajuda.
Aqui estão os fatos:
Que lançadores de foguetes tenham sido encontrados em instalações da ONU não foi nenhuma surpresa. Quinze anos atrás, os funcionários da UNRWA baseados em Gaza realizaram eleições para escolher os seus dirigentes sindicais. O Hamas se aproveitou da campanha e assumiu todo o sistema escolar. Em 2012, mais de 90% dos funcionários da UNRWA se tornaram simpatizantes do Hamas.
Como resultado do golpe, o Hamas criou todo um aparato cuja missão era manter o seu controle sobre todas as escolas da UNRWA baseadas em Gaza.
A organização al-Kutla al-Islamiya (o Bloco Islâmico) mudou o currículo escolar e introduziu novos livros didáticos. Quem quer olhe o assunto verá uma organização divulgando sua ideologia letal para jovens moradores de Gaza.
A tomada da UNRWA foi um "trabalho interno" realizado pelos representantes que o Hamas designou para cada escola, cujo trabalho é recrutar estudantes para o Bloco Islâmico. Isso garante que as escolas da UNRWA tenham programas que preparam os alunos para a luta armada contra Israel.
Isso envolve o aliciamento de crianças como "aspirantes a shahids" (mártires/terroristas suicidas) e a lavagem cerebral em favor do inatingível "direito de retorno" para aldeias árabes de antes de 1948 que não existem mais.
Para você ter uma idéia da doutrinação que está ocorrendo em Gaza, basta ver os vídeos do Bloco Islâmico no YouTube que mostram instrutores da UNRWA atuando como parte do Hamas.
As imagens mostram claramente que as crianças de Gaza não são ensinadas de acordo com os valores da ONU, mas sim de acordo com os valores do Jihad, da "libertação da Palestina" e do "direito de retorno", pela força e com armas.
Apesar de tudo isso ser um segredo aberto - todos os doadores da UNRWA sabem disso, incluindo os Estados Unidos e Israel - a organização ainda é considerada uma agência de bem-estar e alívio que poderia fornecer uma "alternativa ao Hamas."
Mas se você perguntar aos habitantes de Gaza o que a UNRWA tem feito por eles, eles diriam "nada", (além de perpetuar os seus status de refugiados). O Hamas sabe a razão. Ele tem todo o interesse em assegurar que as condições de pobreza permaneçam inalteradas e que os milhões de dólares continuem fluindo. Isso mantém o "direito de retorno" relevante.
Para ser claro: Doadores repassam fundos para funcionários da UNRWA que são ligados ao Hamas. Então, eles agem de acordo com os princípios do islã radical, e não com princípios das Nações Unidas.
Foguetes e túneis foram a maior causa de preocupação em Gaza no verão passado.
A longo prazo, é a lavagem cerebral do Hamas nas escolas de Gaza que deveria ter nos preocupado.
Em paz,
Bassem Eid,
Ativista de direitos humanos, analista político
Crianças como arma não deixam de matar e destruir.
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