Colonização árabe da Palestina pré-1918 (causada por egípcios e otomanos (turcos)
- Concessão de asilo para refugiados muçulmanos por parte dos otomanos
Os otomanos concederam asilo a refugiados muçulmanos fugindo de suas terras natais por razões políticas e religiosas:
- Após a conquista francesa da Argélia, em 1830, muitos argelinos se estabeleceram na Galiléia. Esta região também atraiu outros imigrantes árabes-muçulmanos de Damasco e os curdos da Síria
- Em 1878, os otomanos permitiram que refugiados circassianos fugindo do domínio cristão (russo) no Cáucaso se estabelecessem na Transjordânia e na Cisjordânia
- Tribos turcomanas das montanhas do Iraque foram autorizadas a se estabelecerem nas encostas do Monte Carmel
- Em 1908 os árabes do Iêmen se estabeleceram em Jaffa
- Imigrantes egípcios
Uma das migrações árabes mais importantes rumo a Palestina veio do Egito durante o século XIX.
Serviço militar obrigatório
Muhammad Ali (Mehemet Ali), o vice-rei do Egito sob controle otomano entre os anos de 1805-1849, instituiu uma série de reformas administrativas dentro de seu território. Entre as mais importantes estava o estabelecimento de um exército permanente, em 1829, por meio de recrutamento obrigatório. Como consequência, muitos camponeses egípcios fugiram para a Palestina -- ação que se mostrou inútil, já que o filho de Ali, Ibrahim Pasha, invadiu e ocupou a Palestina entre 1831-1841 e estes mesmos camponeses acabaram por ficar novamente sob seu controle. Durante este período, ele importou mão de obra egípcia para a Palestina, aumentando ainda mais o número de egípcios que ocupavam o local.
Forças otomanas apoiadas pelas potências europeias -- especialmente a Grã-Bretanha -- forçaram Ibrahim Pasha a desocupar a Palestina. No entanto, o seu exército sofreu com uma grande deserção de soldados, e aqueles que escaparam permaneceram na Palestina, escondendo-se em pequenos assentamentos.
A inteligência britânica estimou que o número de soldados que voltaram para o Cairo foi de aproximadamente 33.000, em comparação com 125.000 antes da retirada: uma diferença de 92 mil pessoas.
Na década de 1860, mais de 1.5 milhão de trabalhadores egípcios foram recrutados à força para a construção do Canal de Suez -- 120 mil morreram no processo. Isto também pode ter criado um incentivo adicional para que egípcios fugissem de seu país e se estabelecessem na Palestina.
(Arieh L. Avneri, The Claim of Dispossession Jewish Land- Settlement and the Arabs 1878-1948)
Oportunidades de emprego em projetos públicos
A imigração árabe também foi estimulada por novas oportunidades de emprego. O governo otomano iniciou projetos de construção ferroviária, rodoviária e portuária na Palestina, sendo que a maioria foi financiada com dinheiro vindo da Europa. Estas obras aumentaram o tráfego comercial nos portos de Jaffa e Haifa e ajudaram a aumentar o boom econômico que acabou por atrair trabalhadores árabes do Egito, Síria e da Transjordânia, bem como os fellahin.
A assimilação de egípcios foi um longo processo. Depois de sua visita à Palestina em 1917, Philip Baldensperger relatou que a população existente em Jaffa, embora essencialmente árabe, era formada por pelo menos vinte cinco nacionalidades diferentes.
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