O xeique 'Abdul 'Aziz bin 'Abdullah, o grão-mufti da Arábia Saudita e maior líder religioso do país onde Maomé nasceu, declarou que é “necessário destruir todas as igrejas da região”:
"[أنه] يجب أن تهدم كل كنائس المنطقة، عملا بالحديث النبوى، لا يجتمع فى جزيرة العرب دينان"
A afirmação do líder muçulmano foi uma resposta ao questionamento de uma delegação do Kuwait, onde um membro do parlamento pediu que igrejas fossem “removidas” do país.
O grão-mufti salientou que o Kuwait é parte da Península Arábica, e por isso seria necessário destruir todas as igrejas cristãs de lá.
O xeique se baseou em duas famosas hadith -- uma delas o profeta do Islã teria declarado em seu leito de morte:
"Yahya relatou a mim de Malik de Ismail ibn Abi Hakim, que ele ouviu Umar ibn Abd al-Aziz dizer: "Uma das últimas coisas que o Mensageiro de Alá -- que Alá o abençoe e lhe dê paz -- disse foi: 'Que Alá lute contra os judeus e os cristãos. Eles transformaram os túmulos de seus profetas em locais de prostração. Dois dins (leis/religiões) não devem coexistir na terra dos árabes/Península [arábica]." Malik Muwatta, livro 45, número 45.5.17E a outra
"Expulsarei os judeus e os cristãos da Península Arábica e não deixarei ninguém além dos muçulmanos." Sahih Muslim 4366
Estas falas sempre foram entendidas como a proibição da prática de qualquer religião que não seja o islã no local. A exceção fica por conta de partes do Iêmen, onde os judeus têm permissão para morar, desde que aceitem o status de Dhimmi -- cidadãos de segunda classe.
Esta opinião pode ser encontrada em diversos escritos, como nos do imã medieval Ibn Hajar al-Asqalani (1372 - 1449), que escreveu:
"Os pagãos não estão autorizados a se estabelecer especificamente na região de Hejaz, significando Meca, Medina, al-Yamamah e seus arredores. Isso não se aplica a outras regiões que são consideradas parte da Península Arábica. Isso ocorre porque todos concordam que eles podem viver no Iêmen, embora ele seja parte da Península Arábica. Esta é a opinião da maioria dos estudiosos. (6/198 فتح الباري)
O xeique Abdul Aziz bin Abdullah não é um líder muçulmano qualquer. Ele é o grão-mufti do berço do islã. Ele é também o presidente do Conselho Supremo dos Ulemás [estudiosos islâmicos] e o presidente do Comitê Permanente para a Investigação Científica e Emissão de Fatwas. Quando se trata do que o Islã prega, suas palavras têm uma importância gigantesca.
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