Ibrahim Khreisheh, o representante palestino no Conselho de Direitos Humanos da ONU, explica porque Israel não comete nenhum crime quando ataca Gaza -- mesmo quando civis morrem -- e porque os palestinos não recorrem ao Tribunal Penal Internacional: porque são eles que cometem crimes de guerra quando atacam Israel.
No fim da entrevista ele ainda oferece um conselho muito útil a todos que discutem o conflito: "As pessoas precisam se instruir mais antes de falar de forma emocional."
Programa apresentado no dia 9 de julho de 2014, no canal oficial da Autoridade Palestina
Apresentadora: A demanda popular é recorrer ao Tribunal Penal Internacional e assinar o Estatuto de Roma. E demandam que isso seja feito imediatamente. Até que ponto isso é realista?
Você é nosso representante em todas os organizações internacionais... que tipo de vantagem teríamos nesse caso? E será que poderíamos ser indiciados?
Ibrahim Khreisheh: Eu não sou candidato em nenhuma eleição palestina, então eu não preciso ganhar popularidade com a população.
Os mísseis que estão sendo lançados agora contra Israel... cada um deles constitui um crime contra a humanidade -- não importa se acertam ou erram -- porque são disparados em direção a alvos civis.
Portanto, alvejar civis -- seja um ou mil deles -- é considerado um crime contra a humanidade.
Apresentadora: E é por isso que Israel recorreu a um ataque contra Gaza...
Ibrahim Khreisheh: Apelar ao Tribunal Penal Internacional requer um consenso, por escrito, de todas as facções palestinas.
Então, quando um palestino for morto por seu envolvimento na morte de um civil israelense, não seremos culpados por extraditá-lo.
Por favor, observe que muitos do nosso povo em Gaza apareceram na TV e disseram que o exército israelense os avisou para evacuar suas residências antes dos bombardeios.
Nesse caso, se alguém for morto, a lei considera isso um erro e não uma morte intencional, porque os israelenses seguiram os procedimentos legais.
Quanto aos mísseis lançados pelo nosso lado... nós nunca avisamos onde eles vão cair ou sobre as operações [militares] que realizamos.
Portanto, as pessoas precisam se instruir mais antes de falar de forma emocional sobre apelar ao Tribunal Penal Internacional.
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