Reportagem exibida no canal al-Arabiya (Dubai /Arábia Saudita), no dia 6 de fevereiro de 2009:
Narrador: As pessoas ainda os chamam de escravos numa época em que os mais sublimes palácios do mundo ruíram. Seu grande sofrimento inclui muitas formas de opressão do homem por seu semelhante, que o usa como objeto.
Eles foram proibidos de comprar terras e trabalhavam para os feudalistas. Eles formam uma porcentagem considerável da sociedade iraquiana. A maioria vive em Basra ou no sul do Iraque.
Jalal Diyab (secretário do Movimento Livre dos Iraquianos): Os negros foram - e ainda são - marginalizados e excluídos da sociedade e da política. Os negros ainda são vistos como escravos inferiores. Esta visão tem sido passada por gerações.
Uma pessoa negra é vista como alguém de menor valor, de menor importância, como se fosse um objeto que ninguém considera importante.
Nem mesmo políticos, escritores e pesquisadores prestam atenção aos negros e aos seus problemas.
Entrevistado: As pessoas me chamam de "escravo" ou de "preto". Não há nenhum respeito, nenhum reconhecimento.
Quem é responsável por isso? As grandes famílias.
Pegue aquelas crianças como exemplo. Elas te perseguem, gritando: "seu preto" e outras coisas. Não é agradável.
Jornalista: Como os brancos (árabes) se referem a você?
Entrevistado: Eles sempre nos chamam de "escravos".
Jornalista: Ainda fazem isso?
Entrevistado: O mais comum - e eu sempre ouço isso - é quando acontece uma discussão com eles. Eles dizem imediatamente: "vá embora, seu escravo".
Todos somos escravos de Alá. A única coisa que eles sabem dizer é: "vá embora, seu escravo".
Ontem eu cheguei de Bagdá, e quando estava na minha vez de entrar, o motorista disse: "Além de ser preto você ainda está tentando furar a fila".
O que é isso? O seu Deus é branco e o meu é preto? Eu fico surpreso que as pessoas usem estes termos.
Quando o Obama venceu as eleições, começamos a ter esperança de que um dia teríamos um presidente [negro] -- não necessariamente o presidente do país, mas uma autoridade negra em qualquer cargo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário